Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco
MARECHAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO
ORIGENS
Humberto de Alencar Castelo Branco nasceu em Fortaleza no dia 20 de setembro de 1897, filho do oficial do Exército Cândido Borges Castelo Branco e de Antonieta de Alencar Castelo Branco. Seu pai foi autor da obra Comando militar, que durante certo tempo teve ampla circulação nas Forças Armadas. Do lado paterno, descendia de portugueses, sendo que alguns de seus ancestrais dedicaram-se à criação de gado no Piauí. Antigo legislador estadual e membro da Guarda Nacional, seu bisavô materno Tristão Antunes de Alencar, por quem sua mãe fora criada, foi um homem relativamente próspero, proprietário de vários sítios no Ceará. Entre seus ancestrais, figura o romancista e ministro da Justiça do Império José de Alencar (1829-1877).
Após seu nascimento, sua família fixou-se nos arredores de Mecejana (CE), em sítio pertencente a Tristão Antunes de Alencar, onde sua mãe vivera. Após sucessivas transferências de seu pai para Recife e para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, a família retornou à Fortaleza em 1905, lá permanecendo por quatro anos. Nesse tempo, Castelo Branco estudou no Externato São Rafael. Entre 1909 e 1911, acompanhando os deslocamentos do pai, foi aluno em três diferentes colégios: Aires da Gama (Recife), Liceu do Piauí (Teresina) e Liceu do Maranhão (São Luís).
O SOLDADO
Nos primeiros meses de 1912, seu pai foi novamente transferido, desta vez para a cidade de Rio Pardo (RS). Interessado em seguir a carreira militar, Castelo Branco ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre. Ao concluir seu curso em 1917, voltou a residir com sua família, que já há alguns anos se instalara no Rio de Janeiro. Ingressou, em 1918, na Escola Militar do Realengo e, no ano seguinte, optou pela Arma de Infantaria, onde teve como instrutor o tenente Henrique Teixeira Lott.
Declarado aspirante a oficial de infantaria em 1921, deixou o Rio de Janeiro e foi para Belo Horizonte, onde serviu no 12º Regimento de Infantaria. Em 1924, ainda como tenente, fez o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e, ao retornar para o 12º RI, recebeu a missão de comandar um destacamento da unidade e integrar as forças legalistas que viriam a enfrentar e vencer revoltas internas eclodidas em São Paulo, no ano de 1925.
Como capitão, o valor intelectual de Castello Branco sobressaiu-se em 1931, concluindo o Curso de Estado-Maior do Exército em 1º lugar. Já no posto de tenente-coronel, integrou o primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira (FEB), exercendo a importante função de chefe da Seção de Operações do Estado-Maior, no período de 1944 a 1945. O desempenho dessa função, durante toda a campanha da Itália, fez surgir a sua histórica liderança militar.
Além de ter sido peça fundamental para o êxito da FEB, foi o discreto e persistente reformador doutrinário do Exército na década de 1950 e o grande chefe militar que conduziu a instituição pelo caminho seguro em um dos momentos mais difíceis da História do Brasil nos anos 60.
Castello Branco dedicou-se integralmente à carreira militar, desempenhando, com força de caráter, liderança incontestável e talento intelectual, várias funções de importância no Exército, tais como: Comando da 8ª e 10ª Regiões Militares, Comando Militar da Amazônia e chefia do Estado-Maior do Exército. Neste último cargo, empreendeu todos os esforços contrários à implementação de um regime totalitário no país, sendo um dos líderes da Revolução Democrática de 31 de março de 1964.
Eleito presidente da República pelo Congresso Nacional, em 11 de abril de 1964, três dias depois foi promovido ao posto de marechal, passando para a reserva.
O estadista emergiu da figura do chefe militar alçado à Presidência da República. Em primeiro lugar, concentrou-se na tarefa de restabelecer a ordem no Brasil, dando ao país as condições de estabilidade necessárias à retomada do desenvolvimento.
Em seguida, dedicou-se a resolver sérios impasses que a nação experimentava: a situação econômica, o problema agrário, a questão habitacional, os serviços de infraestrutura, a política internacional, a reforma e integração das Forças Armadas, entre outros.
Faleceu tragicamente em decorrência de um acidente aéreo, em 18 de julho de 1867 e foi sepultado no Rio de Janeiro. Em julho de 1972, seus restos mortais e os de sua esposa (falecida em 1963) foram levados para Fortaleza e depositados no mausoléu da Abolição, construído pelo arquiteto Sérgio Bernardes, junto ao palácio do governo.
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