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As Bases de Instrução

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O Campo de Instrução do CIGS é uma área com 1.150 km2 de floresta primária totalmente preservada, localizada entre os rios Puraquequara e Preto da Eva e limitada ao norte pela Rodovia AM-010 e ao sul pelo Rio Amazonas.

Foi cedido ao Exército pelo Governo do Estado do Amazonas ainda na década de 1960, e no ano de 2017 foi denominado Campo de Instrução General Sampaio Maia (CIGSM). O General de Exército José Sampaio Maia foi o 3º Comandante do Centro de Operações na Selva e Ações de Comandos (COSAC), nos anos de 1974 e 1975, e o primeiro Comandante Militar da Amazônia Guerreiro de Selva, de janeiro de 1993 a agosto de 1994, tendo realizado o Curso de Guerra na Selva (CGS) no posto de Major, quando ainda não existia o COS “A”, em 1968.

O “Quadrado Maldito”, como é carinhosamente conhecido, é um complexo de Bases de Instrução (BI), que compõem o CIGSM:

Base de Instrução Marechal Rondon (BI-1)

A BI-1 está situada na altura do km 65, na Rodovia AM-010, que liga a cidade de Manaus à cidade de Itacoatiara. Possui em sua estrutura de alvenaria a capacidade para alojar até o efetivo de uma Companhia de Fuzileiros de Selva. Durante a realização dos Cursos de Operações na Selva, é utilizada como ponto inicial da fase de Operações.

Homenageia o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, notório desbravador dos sertões e das florestas do nosso país. Pacificador, travou diversos contatos com indígenas de várias tribos sem fazer uso da força em sua expedição militar. Com a missão de levar o sistema de telégrafos até os mais distantes pontos da Amazônia brasileira, utilizou sempre o lema: “Morrer se preciso for, matar nunca”.

Base de Instrução Plácido de Castro (BI-2)

Infletindo na direção sul a partir do km 54 da Rodovia AM-010, a BI-2 situa-se no km 4 da Estrada do Puraquequara. Tem a infraestrutura para proporcionar aos alunos dos cursos e estágios as melhores condições para o aprendizado nas fases de Vida na Selva, de Técnicas Especiais e de Operações. É também utilizada para execução de estágios para civis e militares ministrados pelo CIGS.

A BI-2 encontra-se no local onde foi construído o “Barracão”, o primeiro galpão erguido no Campo de Instrução para abrigar instrutores, monitores e auxiliares durante a permanência do curso no interior da selva.

Homenageia José Plácido de Castro, homem que liderou brasileiros no início do século XX na revolução Acreana, conflito originado na cobiça pela borracha. Por meio de uma eficaz e ágil tática de guerrilha, praticada nas coxilhas do Rio Grande do Sul durante a Revolução Federalista, adaptada pelo jovem Plácido de Castro às condições da selva amazônica, as forças bolivianas são combatidas e, finalmente, derrotadas na cidade de Xapuri.

Plácido de Castro é declarado Governador do Estado Independente do Acre. Por meio da diplomacia, o governo brasileiro, na pessoa do Barão do Rio Branco, compra as terras em questão, anexando-as definitivamente ao nosso país.

Base de Instrução Lobo D’Almada (BI-3)

A BI-3 localiza-se no km 28 da Estrada do Puraquequara, que é o seu único acesso. É uma base alternativa da BI-2, também proporcionando condições para o desenvolvimento das fases de Vida na Selva, de Técnicas Especiais e de Operações dos Cursos de Operações na Selva, bem como para a condução dos Estágios de Adaptação à Selva (EASl).

Homenageia Manuel da Gama Lobo D´Almada, engenheiro militar nomeado governador da capitania do Rio Negro, no século XVIII, quando o atual Estado do Amazonas vivia uma fase de decadência e estagnação econômica. De grande percepção administrativa, iniciou trabalhos na nascente pecuária regional e buscou melhor aproveitamento das riquezas naturais desta terra. Com visão estratégica, mudou a sede do governo da cidade de Barcelos, no Rio Negro, para lugar onde atualmente encontra-se a cidade de Manaus, local esse de extrema importância estratégica por localizar-se na confluência do Rio Negro com o Amazonas. É citado por historiadores como um dos maiores homens públicos dos duzentos anos de história no Amazonas. Vítima do despeito e intrigas políticas, viu-se envolvido em inverdades e falsas acusações, vindo a ser destituído. Faleceu pobre, de depressão e tristeza, porém honrado, não concretizando seu sonho de desenvolver a região que tanto se identificava.

Base de Instrução Pedro Teixeira (BI-4)

Situada às margens do Lago do Puraquequara, no km 48 da Estrada de mesmo nome, a BI-4 proporciona condições para o desenvolvimento das fases de Técnicas Especiais e de Operações, com instruções, em geral, relacionadas ao emprego de meios fluviais e aeromóveis. Nessa base, desenvolve-se a maior parte dos módulos de tiro do COS. Em 2006, foi ampliada, dando início à concepção de pavilhão em “H” existente em alguns PEF, passando a ser a base mais bem estruturada para o desenvolvimento dos COS e estágios.

Pela proximidade com a comunidade ribeirinha de São Francisco do Mainá (ou Mainã), é adequada ao desenvolvimento de projetos sociais e de meio ambiente, além de propiciar pesquisas científicas em cooperação com instituições públicas e privadas.

Homenageia Pedro Teixeira, militar português que participou da expulsão dos franceses no Maranhão. Partiu de Cametá, no Estado do Pará, e protagonizou, por meio dos rios, o mais importante processo de expansão territorial da Amazônia. Ao longo do percurso, lutou e expulsou contingentes estrangeiros que procuravam fixação em pontos estratégicos na calha do “Rio Mar”. Descobriu e efetuou reconhecimentos, dando nome aos principais afluentes do Rio Amazonas. Fincou, às margens do Rio Napo, o estandarte português, sendo que este ato viria a possibilitar, no futuro, com base no princípio do uti possidetis, o reconhecimento da soberania portuguesa sobre vasto território além da linha definida pelo Tratado de Tordesilhas. Ao fincar o estandarte português, proferiu as seguintes palavras: “Tomo posse desta terra pela Coroa de Portugal em nome do Rei Felipe IV, Nosso Senhor Rei de Portugal e Espanha. Se houver entre os presentes alguém que o contradiga ou o embargue, que o escrivão da expedição o registre, pois presentes por ordem da Real Audiência de Quito, encontram-se religiosos da Companhia de Jesus”.

Base de Instrução Ajuricaba (BI-5)

Situada na sede do município de Manaus, a BI-5 foi inaugurada no segundo semestre de 1967 para, finalmente, abrigar em melhores condições a Equipe de Instrução pioneira do CIGS. Hoje, é utilizada em todas as fases dos cursos, principalmente durante as instruções de fundamentação teórica, lutas, flora, fauna e natação.

Homenageia Ajuricaba, índio chefe da Tribo dos Manaós. Destemido e valente, jamais se curvou ante à ameaça portuguesa de dominação. Congregou diversas tribos, até mesmo inimigas, para lutar contra a penetração branca que procurava escravizá-los. Inúmeras vitórias dos indígenas foram impostas a diversas expedições militares portuguesas. Ao fazer uso de canhões sobre a multidão de guerreiros indígenas, conseguiram as forças militares portuguesas infligir derrotas à federação Índia. Por fim, Ajuricaba veio a ser capturado e, vendo-se transportado através rio para a cidade de Belém, a fim de ser julgado, lançou-se, ainda acorrentado, às águas do “Rio Mar’, preferindo morrer a ser humilhado e escravizado.

Base de Instrução Felipe Camarão (BI-6)

Situada na margem direita do Rio Preto da Eva, a BI-6 foi criada, primordialmente, para atender às necessidades da Seção de Avaliação e Adestramento de Operações na Amazônia (SecAAOA) do Comando Militar da Amazônia (CMA), cabendo ao 1º BIS (Amv) a sua administração, embora situada no CIGSM.

No ano de 2004, as atribuições da SecAAOA passaram para o CIGS, juntamente com a Base, que permanece até os dias atuais.

A BI-6 tem a denominação de Felipe Camarão por ter sido palco de inúmeras experimentações do combate de resistência do CMA, cuja doutrina se inspira na resistência que o índio Poti ofereceu na Batalha dos Guararapes. Antônio Felipe Camarão, o índio Poti, nasceu em 1580, em Igapó-RN, sendo batizado com o nome de Antônio, ao qual acresceu o de Felipe, em homenagem ao rei de Espanha, e de “Camarão”, tradução do vocábulo “Poti”. Deslocou uma tribo de potiguares para Recife, que participou de inúmeros combates contra os holandeses. Aquela tribo constituiu um dos Terços do “Exército Patriota” nas batalhas dos Guararapes: na primeira, sob comando de Felipe Camarão e, na segunda, ao comando do seu sobrinho, Diogo Camarão, pois Felipe falecera em agosto de 1648, por ferimentos recebidos em Guararapes, em 19 de abril de 1648. Comendador da Ordem de Cristo, também ganhou a mercê de “Dom” e o título de “Governador de todos os índios do Brasil”.

Base de Instrução Henrique Dias (BI-7)

A BI-7 está situada no encontro do Igarapé Jatuarana com o Rio Amazonas e proporciona condições para o desenvolvimento da fase de Operações, com instruções, em geral, relacionadas ao emprego de meios fluviais e aeromóveis, dentro de um contexto de combate convencional e de operações de cooperação e coordenação com agências (OCCA).

Pela proximidade com a comunidade ribeirinha do Jatuarana, é adequada ao desenvolvimento de projetos sociais e de meio ambiente, como atividades de cooperação civil-militar (CIMIC), além de propiciar pesquisas científicas em colaboração com instituições públicas e privadas.

A BI-7 tem a denominação de Henrique Dias em homenagem ao filho de escravos africanos que lutou como mestre de campo nas duas Batalhas dos Guararapes. Participou de inúmeros combates, distinguindo-se por sua bravura, sendo ferido duas vezes. Tem seu nome inscrito no Livro de Heróis da Pátria devido sua importância na história do país.

Base de Instrução General Thaumaturgo (BI-8)

A BI-8 está situada na altura do km 56, na Rodovia AM-010, que liga a cidade de Manaus à cidade de Itacoatiara. Possui em sua estrutura a capacidade para apoiar os cursos de operações na selva na fase de Operações.

A Base presta homenagem ao General de Brigada Thaumaturgo Sotero Vaz, 8º Comandante do CIGS, no período de 31 de janeiro de 1984 a 31 de janeiro de 1986, sendo considerado uma das personalidades mais importantes para a criação e história do CIGS. O General Thaumaturgo foi instrutor da Escola das Américas, no Jungle Operations Training Center (JOTC, sigla em Inglês), em 1964, e Instrutor do CIGS nos postos de Capitão e Major. Considerado, também, um dos pioneiros das operações especiais do Exército Brasileiro, é o Patrono da 3ª Companhia de Forças Especiais, localizada em Manaus-AM. Comandou, ainda, o 1º Batalhão de Infantaria de Selva e foi Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia. Foi Secretário de Administração do Município de Presidente Figueiredo-AM e Assessor Parlamentar do CMA. O General Thaumaturgo faleceu no dia 20 de dezembro de 2015, aos 84 anos, em decorrência de problemas pulmonares.

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