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A História do Centro de Instrução de Guerra na Selva

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O Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) foi criado em 2 de março de 1964, pelo Decreto N° 53.649. Seu primeiro Comandante foi o então Major de Artilharia Jorge Teixeira de Oliveira, o TEIXEIRÃO.

Somente 2 (dois) anos depois de decretada a sua criação, o CIGS começou a funcionar. Instalou-se, inicialmente, em caráter provisório, no antigo Quartel-General do Grupamento de Elementos de Fronteira (GEF), na Península de São Vicente (Manaus-AM), local onde hoje localiza-se o 9º Distrito Naval. Uma plêiade de excelentes Oficiais e Sargentos – mandados anteriormente cursar a Escola das Américas, no Forte Sherman, na Zona do Canal no Panamá (US Jungle Operations Training Center, Fort Sherman, Canal Zone), já na condição de “Jungle Expert” – constituiu-se na equipe pioneira que implantou o Centro. O 1º Curso de Guerra na Selva (CGS), como era denominado à época, destinado a Oficiais (de 2º Tenente a Coronel), foi concluído em novembro de 1966 e é conhecido como o “66/único”, pois foi o único realizado naquele ano.

Em setembro de 1967, o CIGS instalou-se definitivamente no seu atual aquartelamento, no bairro São Jorge (Manaus-AM). Os Cursos de Operações na Selva (COS), de 2 (duas) categorias, a princípio um para Oficiais e outro para Subtenentes/Sargentos, passaram, a partir de 1971, a abranger três categorias:
- Categoria "A" - Para Oficiais Superiores
- Categoria "B" - Para Capitães e Tenentes
- Categoria "C" - Para Subtenentes e Sargentos

A partir de 1994, foram incluídas mais 2 (duas) categorias de cursos: o COS “B1” (para Capitães e Tenentes) e o COS “C1” (para Subtenentes e Sargentos da Arma de Comunicações, do Quadro de Material Bélico e dos Serviços de Intendência e de Saúde, e, também, para militares das demais Forças Armadas, Forças Auxiliares e das Nações Amigas). A partir de 2000, inclusive, essas categorias de cursos deixaram de funcionar no CIGS, passando, então, os militares das especialidades referidas acima a frequentarem os COS “B” e “C”, respectivamente.

Como Centro de Instrução, o CIGS tinha uma estrutura semelhante de um Corpo de Tropa e era subordinado ao CMA (por meio do GEF, até 1º jul 1969). Com a criação do Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP) [atual Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx)], o CIGS passou a integrar esse Departamento, a partir de 17 fev 1970 (Decreto Nº 66.216, de 17 fev 1970), sem mudança de missão e/ou de organização.

Por meio do Decreto Nº 67.458, de 29 out 1970, o antigo CIGS foi transformado em Centro de Operações na Selva e Ações de Comandos (COSAC). Com nova roupagem, foi reestruturado como um Estabelecimento de Ensino e teve ampliada a sua missão, passando a formar, também, combatentes Comandos. O COSAC estava diretamente subordinado à Diretoria de Especialização e Extensão (DEE) [atual Diretoria de Educação Técnica Militar (DETMil)].

Com o Decreto Nº 81.201, de 10 jan 1978, o COSAC volta a ser denominado Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), uma vez que o Curso de Ações de Comandos passou à responsabilidade do Centro de Instrução Paraquedista General Penha Brasil (CI Pqdt GPB), no Rio de Janeiro-RJ, permanecendo subordinado diretamente à então DEE.

Ao longo de seus 60 anos de existência, o CIGS especializou 7.232 guerreiros de selva, sendo 642 de nações amigas (atualizado em 18 de outubro de 2023).

Devido ao trabalho daqueles que antecederam a atual geração, este Centro tem o status e a responsabilidade de especializar o melhor combatente de selva do mundo.

CIGS: orgulho do Exército Brasileiro, patrimônio do Brasil!

O Patrono:

O Coronel de Artilharia Jorge Teixeira de Oliveira nasceu em 1° de junho de 1921, na cidade de General Câmara-RS. É filho do senhor Adamastor Teixeira de Oliveira e da senhora Durvalina Estibem de Oliveira. Foi casado com a senhora Aida Fibiger de Oliveira, vindo a falecer em 28 de janeiro de 1987.

O processo de criação do CIGS passou por algumas etapas. Um delas se constituiu na capacitação de um núcleo inicial de recursos humanos para formar o corpo docente. Assim, o então Major Teixeira e uma equipe de militares foram enviados ao Panamá e tornaram-se os primeiros “Jungle Experts” brasileiros no Jungle Operations Training Center (USAJOTC), no Forte Sherman, Centro de especialização de guerreiros de selva do Exército dos Estados Unidos da América (EUA). Após o curso, o Major Teixeira deu início às etapas seguintes, realizando um trabalho fantástico de erguimento da estrutura que redundou na formação, em curtíssimo prazo, da primeira turma de guerreiros de selva, em 19 de novembro de 1966.

Como primeiro Comandante do CIGS, coube-lhe a delimitação da área da sede do campo de instrução e a construção dos pavilhões que deram personalidade ao Centro de Instrução de Guerra na Selva.

Inúmeros foram os feitos e destacadas foram suas atuações, conforme atestam os elogios recebidos de seus chefes, sempre enaltecendo seu espírito inquieto, sua vontade inquebrantável, seu caráter firme e sua competência profissional.

INTERVENÇÃO EM RORAIMA:

Em 5 de janeiro de 1969, como comandante do CIGS, o Coronel Teixeira foi nomeado pelo Comandante Militar da Amazônia e da 8ª Região Militar, Comandante das tropas brasileiras em Roraima, nas localidades de Bonfim, Normandia, Surumu e Marco BV-8. Com isso, o interventor deveria fazer face aos problemas advindos da revolução interna ocorrida em Rupununi – Venezuela, quando exerceu na plenitude suas habilidades de chefe e líder.

A ORIGEM DO BRADO DE SELVA:

A ele também se deve o brado de Selva! Conta-se que na época de sua criação, o CIGS não dispunha de ficha de serviço de viatura em seus primeiros dias. Esse fato levava à sentinela perguntar o destino das viaturas que saíam do quartel. Quase sempre recebia uma resposta apressada e lacônica — Selva! — era seu destino. A resposta curta, tão repetida, fez-se saudação espontânea e vibrante, alastrou-se, expandiu o seu significado, ecoou por toda a Amazônia, contagiando a todos com o mesmo ideal.

CRIAÇÃO DO COLÉGIO MILITAR DE MANAUS:

Em 3 de maio de 1970, o Coronel Teixeira assumiu a presidência da Subcomissão Geral de Investigação do Estado do Amazonas, por determinação do Senhor Ministro do Exército, sem prejuízo das funções que já exercia. Foi exonerado do comando em dezembro de 1970. Já em 1971, foi nomeado comandante do Colégio Militar de Manaus. Foi o seu fundador, tendo sido exonerado em 1974. Criou, ainda, o Círculo Militar de Manaus (CIRMMAN), atual Área de Lazer de oficiais (ALOf), sendo também o seu primeiro presidente.

RECONHECIMENTO COMO CIDADÃO E POLÍTICO:

Sua atuação e comportamento transcendeu a vida militar. Conquistou o carinho e admiração da população amazonense, que certa de sua honestidade de propósitos e de seu valores e agradecida pelos inúmeros feitos e benefícios que a sua atuação trouxe para o Estado, outorgou-lhe, em uma prova eloquente de reconhecimento e de gratidão, o honroso título de Cidadão do Amazonas. O referido título foi entregue pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), em 29 de maio de 1972, sendo ele o 29º cidadão nascido fora do Estado a se tornar cidadão amazonense.

Já na reserva, o povo amazonense acolheu-o para a prefeitura de Manaus, em 1974, demonstrando nessa nova atividade estranha ao meio castrense, toda sua capacidade administrativa no gerenciamento da coisa pública, proporcionando a remodelação da cidade e a criação de novos bairros e abertura de vias. Não parando por aí, os rondonienses aplaudiram-no como governador do então território, em 1979, tendo como destaque maior na sua gestão a transformação para Estado de Rondônia, em 1982, sendo o seu primeiro governador.

Reconhecendo a importância do trabalho pioneiro do "TEIXEIRÃO", o Exército Brasileiro concedeu ao CIGS, em 1999, a denominação histórica de Centro Coronel Jorge Teixeira. É uma justa homenagem àquele que legou às gerações posteriores uma escola militar ímpar, considerada a melhor escola de guerra na selva do mundo.

PORTARIA DE CONCESSÃO:

A Portaria N° 693, de 17 de dezembro de 1999, concede a denominação histórica ao Centro de Instrução de Guerra na Selva, aprovando o que se segue:

O COMANDANTE DO EXÉRCITO, no uso da competência que lhe é conferida pelo art. 29 da Estrutura Regimental do Ministério da Defesa, aprovada pelo Decreto n° 3.080, de 10 de junho de 1999, tendo em vista o que prescreve o art. 11 das IG 11-01, aprovadas pela Portaria n° 580 do Comandante do Exército, de 25 de outubro de 1999, e de acordo com o que propõe a Secretaria Geral do Exército, ouvido o Centro de Documentação do Exército, resolve:

Art. 1° Conceder ao Centro de Instrução de Guerra na Selva, com sede na cidade de Manaus-AM, a denominação histórica “CENTRO CORONEL JORGE TEIXEIRA”.
Art. 2° Estabelecer que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.

(Publicado no Boletim do Exército N° 53, de 31 de dezembro de 1999, página 10)

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