Antonio Felipe Camarão
ANTONIO FELIPE CAMARÃO
ORIGENS
Antonio Felipe Camarão, nascido em 1580, em Igapó, no atual Estado do Rio Grande do Norte, com o nome de nascença, Poty ou Potiguaçu, nomes tupis que significam, respectivamente, "camarão" e "camarão grande". Ao ser batizado e convertido ao catolicismo em 1614, recebeu o nome de Antônio e adotou o "Filipe Camarão" em homenagem ao soberano Dom Filipe II (1598-1621).
O SOLDADO
No contexto das invasões holandesas do Brasil, auxiliou a resistência organizada por Matias de Albuquerque, desde 1630, como voluntário para a reconquista de Olinda e do Recife. À frente dos guerreiros de sua tribo, organizou ações de guerrilha que se revelaram essenciais para conter o avanço dos invasores.
Ele era um dos chefes indígenas potiguares do Rio Grande do Norte a selar um acordo de amizade com Jerônimo de Albuquerque. Deslocou sua tribo de potiguares para Recife, participando de inúmeros combates contra os holandeses, constituindo um dos Terços do “Exército Patriota” nas batalhas dos Montes Guararapes. Na primeira, sob o seu comando e, na segunda, ao comando do seu sobrinho, Diogo Camarão, pois faleceu em 1648.
Foi um dos primeiros a se apresentar a Matias de Albuquerque, juntamente com os gentios de sua nação. Logo foi promovido a capitão e comandou seus companheiros nas missões mais arrojadas e delicadas. Sempre incluído na reserva estratégica do comandante luso-brasileiro, combateu com bravura e fidelidade, recusando por inúmeras vezes as benesses, que o conquistador propôs.
Seu conceito perante o inimigo era tão alto que o coronel Arciszewski, em correspondência oficial aos seus superiores na república das províncias Unidas escreveu - “aqui um só índio tem poder para nos fazer retirar muitas vezes”.
Em reconhecimento aos seus relevantes serviços a coroa, o rei Felipe lhe concedeu a honraria de ser nomeado governador e capitão-mor dos Índios Brasileiros e enviou-lhe as vestes de cavaleiro da Ordem de Cristo e o título de nobreza: Dom.
Faleceu em 24 de agosto de 1648, no Forte Arraial Novo do Bom Jesus, vitimado pela febre dos ferimentos recebidos em Guararapes, (19 de abril de 1648) e pela idade. Foi conduzido à matriz da freguesia da Várzea, sendo sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, no Recife.
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