André Vidal de Negreiros
ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS
ORIGENS
Nasceu em 1606, no engenho de São João, na vila da Paraíba, parte da capitania de Pernambuco. Era filho de linhagem nobre, participou de todas as fases da “Insurreição Pernambucana”, quando mobilizou tropas e meios nos sertões nordestinos. Foi considerado um dos melhores soldados de seu tempo, galgando todos os postos da milícia luso-brasileira.
O SOLDADO
Foi educado para suceder seu pai como senhor de engenho (Santo André), teve seu destino modificado com a invasão holandesa, combatendo os invasores desde os combates da Baía da Traição, em 1625, na Paraíba. Integrou as audaciosas incursões no território dominado pelo usurpador, inclusive ateando fogo ao canavial de seu pai para evitar que o inimigo se apoderasse da produção de açúcar.
Em 1636, foi ferido em uma investida contra a Nova Holanda. Recuperado, comandou um terço na Batalha de Salvador (primeira derrota de Nassau no Brasil). Foi enviado pelo Conde da Torre como precursor das ações que antecederam o seu desembarque em território hostil e tornou-se o principal provedor dos remanescentes luso-brasileiros.
Em Portugal, encontrou-se com Matias de Albuquerque, com quem definiu os traços gerais de uma insurreição nas terras tomadas pelos Batavos. Foi promovido a mestre de campo, em 1642. Voltou ao Brasil com o novo governador-geral do Brasil, Teles de Menezes, que o enviou a cidade Maurícia com fins diplomáticos. Sua missão, na verdade, era verificar as condições dos luso-brasileiros que viviam sob jugo holandês e analisar a viabilidade de sua adesão, caso houvesse uma revolta.
De observador oficial passou a coordenador do movimento de libertação das Capitanias do Norte e de restauração do Brasil. Foi Vidal de Negreiros quem, realmente, orientou e ajustou os elementos dispersos que deveriam reunir-se para a luta decisiva.
À frente das tropas patriotas, Vidal de Negreiros distinguiu-se nos combates da Casa Forte; na retomada do Forte de Nazaré; nos ataques ao Engenho de Jequiá; e na Ilha de Itamaracá.
Participou das duas Batalhas dos Montes Guararapes, sendo o responsável pelo contra-ataque que mudou a sorte da primeira destas porfias. Vencedor do Forte das Cinco Pontas, principal atalaia do sistema defensivo da cidade Maurícia, recebeu os primeiros parlamentadores holandeses, quando da rendição final holandesa em Recife.
Um dos seus gestos mais famosos foi quando contrariou o rei português, D. João IV, ao recusar-se publicamente a acatar a ordem de não combater o intruso. Respondeu dizendo, que assim que o estrangeiro fosse expulso, aceitaria o pedido de seu rei para acabar com a peleja. Cumpriu sua palavra, pois foi o emissário luso-brasileiro que levou as boas novas da reconquista de Santa Cruz para Portugal, ocasião em que foi condecorado.
Ainda foi governador-geral do Maranhão, do Grão-Pará e, posteriormente, de Pernambuco e de Angola.
Faleceu em 1680, em Goiana-PE.
Guerra popular, terra arrasada, levantamento de exército nacional, negativa peremptória em aceitar a dominação do invasor, organização do sistema de sustentação da resistência, ação psicológica sobre aliados e inimigos, e condução da campanha militar segundo objetivos estratégicos, são resultantes da ação de comando ou assessoramento de Vidal de Negreiros, cuja patriótica atuação também em muito contribuiu para a vasta unidade territorial e cultural do Brasil.
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