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Patriarca

João Fernandes Vieira

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JOÃO FERNANDES VIEIRA

 

ORIGENS

O mestre de campo João Fernandes Vieira (comandante de Terço) nasceu em 1613, em Funchal, na Ilha da Madeira. Veio para o Brasil com onze anos de idade. Renunciou ao nome de Francisco D' Ornelas Moniz. Era filho de escrava, que emigrou para o Brasil em 1624, momento da primeira incursão holandesa a Salvador.

O SOLDADO

João Fernandes Vieira era hábil comerciante e quase mulato. Rapidamente tornou-se um dos mais influentes e rico senhor de engenho de Pernambuco. Tinha forte personalidade política, era astucioso, ardiloso, envolvente, persuasivo, tolerante, religioso e prestativo (ajudava os pobres e miseráveis, negros e índios, sem distinção de raça).

Por sua habilidade política e comercial, tornou-se íntimo dos holandeses e da população local, sendo escolhido pela Corte de Nassau, representante do povo - escabino (vereador) da Câmara Municipal.

Casou-se com D. Maria Cezar, filha de Francisco Berenguer de Andrade, senhor de engenho de grande influência na sociedade.

Sua aproximação com Nassau se deu por intermédio do rico judeu Jacob Stachouver, conselheiro político do governo holandês no Brasil. Amizade esta que Vieira soube muito bem cativar.

Fernandes Veira contraiu diversos empréstimos junto ao governo holandês no Brasil para aplicar nos seus engenhos. Seus compromissos não eram saldados, muito pelo contrário, devido sua habilidade e influência, suas dívidas eram roladas e cada vez se tornavam maiores. Era um senhor de engenho rico, porém endividado.

Participou da vida social holandesa como se fosse um deles. Era respeitado e gozava de grande prestígio. Com a saída de Nassau, a situação dos comerciantes patriotas tornou-se difícil e insuportável, as cobranças de impostos se tornaram abusivas.

Fernandes Vieira liderou a “Insurreição Pernambucana” por patriotismo ou por pressão financeira? O que importa é que nesse momento difícil, assumiu a liderança da guerra, chamando-a de “LUTA PELA LIBERDADE DIVINA”.

Em 23 de maio de 1645, liderou os dezoito patriotas na assinatura do Compromisso Imortal, onde pela primeira vez, no continente americano foi proferida a palavra “Pátria”.

Em 3 de agosto do mesmo ano comandou o terço patriota que, pela primeira vez, em combate direto, derrotou o impávido exército holandês, na Batalha do Monte das Tabocas, reforçando seu terço, com grande quantidade de armamento e munição, indispensáveis para o prosseguimento no combate.

Em 17 do mesmo mês, atacou Casa Forte e seguiu para Pontal, Nazaré, Serinhaém, Igarassu e Itamaracá. Nas batalhas dos Guararapes, coube-lhe papel de enorme relevo. Na primeira delas (19 de abril de 1648), era ele o comandante do maior e melhor preparado dos quatro terços, ao qual foi confiada a principal frente de combate. Vieira, por ser civil, delegou a Dias Cardoso a execução de todas as ações bélicas.

Na da segunda batalha (19 de fevereiro de 1649), Fernandes Vieira e Dias Cardoso atuaram independentemente, perseguindo os holandeses até o Recife.

Em 26 de janeiro de 1654, comandou a vanguarda patriota, que entrou triunfante no Recife e na Campina do Taborda, onde Barreto de Menezes recebeu das mãos do general Von SCHOOPE, as 73 chaves da cidade destruída, porém altiva.

Após a vitória recuperou todos os seus bens confiscados, tendo sido nomeado governador da Paraíba (1655 a 1657) e depois de Angola (1658 a1661).

Fernandes Vieira faleceu em 1681, na cidade de sua preferência - OLINDA.

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