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Patrono

Patrono da Família Militar

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ROSA MARIA PAULINA DA FONSECA

 

ORIGENS

Rosa Maria Paulina da Fonseca nasceu em 18 de setembro de 1802, na então Cidadede Alagoas, capital da província de mesmo nome, atual município de marechal Deodoro.  Em 9 de dezembro de 1824, na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, casou-se com o major do Exército Imperial Manoel Mendes da Fonseca, valoroso militar e grande monarquista. Mulher de personalidade forte, sempre o apoiou em suas resoluções e o acompanhou, intimorata, nas alegrias e dificuldades da vida, até seu falecimento, já reformado no posto de tenente-coronel, em 24 de agosto de 1859.

A MATRIARCA

Dessa união nasceram dez filhos, sendo duas mulheres, Emília e Amélia, e oito varões que ocuparam posições de destaque na carreira militar, na política e na administração pública brasileira: Hermes Ernesto, nascido em 11 de setembro de 1824; Severiano Martins, nascido em 8 de novembro de 1825; Manoel Deodoro, nascido em 5 de agosto de 1827; Pedro Paulino, nascido em 6 de junho 1829; Hipólyto Mendes, nascido em 13 de agosto 1831; Eduardo Emiliano, nascido em 2 de julho de 1833; João Severiano, nascido em 7 de maio de 1835; e Afonso Aurélio, nascido em 11 de setembro de 1845.

Com o evento da Guerra da Tríplice Aliança, a Pátria pediu aos seus filhos para combater no Paraguai. A família Fonseca não podia se negar a dar sua contribuição ao Império. Sete dos filhos de dona Rosa Maria seguiram para a Guerra contra o presidente Solano Lopez. Ficando, em casa, apenas Pedro Paulino, tenente reformado do Exército, literato e estatístico, futuro governador de Alagoas e senador federal por esse Estado.

Em Curuzu, foi morto, em combate, o filho mais jovem, Afonso Aurélio, com vinte e um anos de idade. Era alferes do 34º Batalhão de Voluntários da Pátria, morto devido a ferimento sofrido quando escalava as muralhas da fortificação. Na furiosa e violenta Batalha de Curupaity, em 22 de setembro de 1866, morre, heroicamente, o capitão de Infantaria Hyppólito.

Em 6 de dezembro de 1868, na célebre Batalha de Itororó, as "Termópilas paraguaias", a primeira das batalhas da "Dezembrada", outro de seus filhos sucumbe ante o fogo inimigo, o major de infantaria Eduardo Emiliano. Nessa mesma Batalha, dois outros filhos, Hermes e Deodoro, foram gravemente feridos, sendo que esse último recebera três ferimentos por tiros de fuzil.

Dona Rosa amargava sua dor de forma resignada como fosse seu dever fazê-lo em nome da Pátria. Durante as comemorações pela vitória em Itororó, ao ser informada da morte de Eduardo e da situação de Hermes e Manuel, teria dito: "Sei o que houve. Talvez até Deodoro esteja morto, mas hoje é dia de gala pela vitória; amanhã, chorarei a morte deles.”

O historiador Ernesto Sena, em sua obra, “Deodoro: subsídios para a história”, registra, ainda, que mesmo diante da morte e da dor pela perda de seus três filhos, vitimados em combate pelos projetis inimigas, a matriarca quando ouviu falar em ajuste de paz com o ditador do Paraguai, cheia de abnegação e de patriotismo, dizia a seus amigos, “Prefiro não ver mais meus filhos! Que fiquem todos sepultados no Paraguai, com morte gloriosa no campo de batalha, do que enlameados por uma paz vergonhosa para a Pátria.” (1999, p. 204).

Rosa Maria Paulina da Fonseca, a "Mãe dos Sete Macabeus", faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 11 de julho de 1873, aos setenta anos de idade.

Dentre seus filhos que regressaram vivos da Guerra da Tríplice Aliança, destacou-se, especialmente, o marechal Manuel Deodoro da Fonseca, proclamador da República, chefe do Governo Provisório e primeiro presidente constitucional da República dos Estados Unidos do Brasil.

Destacou-se, também, de forma singular, o eminente médico militar, general de brigada João Severiano da Fonseca, escolhido, em 1962, para ser o patrono do Serviço de Saúde do Exército Brasileiro.

Seu neto, o marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, foi o 8º presidente da República, exercendo seu mandato entre 1910 e 1914.

À dona Rosa da Fonseca, o Exército Brasileiro prestou, em 10 de junho de 2016, por meio da Portaria nº 650, do comandante do Exército, uma justa, merecida e perene homenagem, entronizando-a como patrono da Família Militar, instituindo, a partir da data de seu nascimento, 18 de setembro, o Dia da Família Militar, e assim reconhecendo a importância do espírito de sacrifício, necessário aos integrantes da Força Terrestre em sua luta diária pelo cumprimento da missão.

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