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Patrono

Patrono da Quadro de Material Bélico

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MARECHAL CARLOS ANTÔNIO NAPION

 

ORIGENS

Filho do senador Conde Valeriano e D. Madalena Meistre, nasceu em Turim, capital da província italiana de Piemonte, em 30 de outubro de 1756, aquele que viria a emprestar força de sua cultura técnica-especializada aos exércitos de três países. Em plena puberdade, mal egresso das primeiras letras, o jovem Carlo Gerolano Antonio Maria Galeani Napione Cavaliere di Cocconato - Carlos Antônio Napion (nome que assinava em Portugal e no Brasil) envergava, aos quinze anos, garbosamente, a túnica de cadete do Corpo Real de Artilharia, no dia 16 de novembro de 1771. Quatro anos após, em 15 de maio de 1775, ascendia a subtenente e em 15 de outubro do ano seguinte, foi promovido a lugar-tenente do mesmo Corpo Real de Artilharia, de onde nunca se afastaria.

O SOLDADO

A partir de 1800, passou a prestar serviços ao Exército do Reino de Portugal e, em 1808, veio para o Brasil com o príncipe regente D. João, durante a transmigração da Corte Portuguesa.

No Brasil, por indicação de Rodrigo de Souza Coutinho, o Conde de Linhares, recebeu a missão de lançar as bases e promover o desenvolvimento da indústria bélica nacional e do ensino militar.

Assaz estudioso, dedicando-se à Química e à Metalurgia, por merecimento, teria concorrido para que, em 23 de fevereiro de 1784, Napion se visse galgado ao posto de capitão-tenente da Artilharia Provincial.

Em 1785, foi incumbido de organizar um trabalho para um curso teórico-prático de Química destinado aos oficiais de artilharia em serviço no Laboratório Metalúrgico do Arsenal (Regulamento de 15 de outubro de 1785). O desempenho das funções nesse posto foi tão louvável, que teve seu nome justamente sugerido para professor de Metalurgia, proposta logo aprovada pelo rei, consoante a Declaração de 30 de março de 1786.

Em 16 de agosto de 1790, foi promovido a capitão do Corpo Real de Artilharia, vindo a exercer o alto cargo de diretor do Laboratório Metalúrgico. De seu imenso descortino muito lucrou esse estabelecimento técnico militar. No período em que permaneceu no posto, coube-lhe, inclusive, dirigir com rara proficiência o Museu Mineralógico e desempenhou as importantes funções de Conselheiros do Real Conselho de Minas.

Com dinamismo, descortino e objetividade, esse notável militar lançou as sementes do ensino e da indústria militar brasileira. Atingiu o posto de tenente-general, o último da hierarquia militar no Brasil, no qual veio a falecer em 22 de junho de 1814, quando presidia a Junta da Real Academia Militar.

Exerceu diversos cargos no Brasil, dentre eles: inspetor geral da Real-Junta de Fazenda dos Arsenais, Fábricas e Fundições; diretor do Arsenal Real do Exército; diretor e organizador da Real Fábrica de Pólvora da Lagoa; inspetor geral de Artilharia; membro do Conselho Supremo Militar; inspetor e fiscal da Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema; e presidente da Junta Militar da Academia Real Militar.

Dentre seus trabalhos, destacaram-se o esforço que empreendeu nos primórdios da industrialização do país, os livros técnicos que escreveu e a grande contribuição ao ensino
militar, com a criação da Academia Real Militar, cellula mater da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).

A implantação da indústria bélica em nosso meio deveu-se, sem dúvida, ao ingente esforço do notável engenheiro italiano que nunca se arredou da missão patriótica atribuída pelo ilustre soberano português. Seria, pois, em face do logrado, muito de esperar-se, em prol da grandeza das Forças de terra e, sobretudo, da Engenharia Industrial do Exército, onde lhe coube planejar, organizar e até dirigir as primeiras fábricas de material bélico, que guardam na galeria de seus antigos dirigentes a efígie veneranda de Napion, não fora haver cerrado os olhos à luz terrena aos 27 dias do mês de junho de 1814, na cidade do Rio de janeiro. Seus restos mortais foram sepultados no Convento de Santo Antônio.

Essa preciosa e útil existência não poderia ser jamais olvidada, como realmente não o foi através dos tempos. Ao contrário, cada vez mais reverenciada pelos que o seguiram, em 12 de agosto de 1966 seu nome foi justamente escolhido, por meio do Decreto nº 59.068, para patrono do Quadro de Material Bélico.

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