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Patrono

Patrono do Exército Brasileiro

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MARECHAL LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA
DUQUE DE CAXIAS

ORIGENS

O nascimento do futuro Duque de Caxias ocorreu em 25 de agosto de 1803 na Fazenda São Paulo, povoado de Taquarassú, Vila do Porto de Estrela, na província do Rio de Janeiro, atual município de Duque de Caxias. Filho de Francisco de Lima e Silva e Mariana Cândido de Oliveira Belo. Oriundo de uma família de militares, Luiz Alves de Lima e Silva já era predestinado à carreira das armas. Foi cadete de 1ª classe desde os cinco anos de idade. Aprendeu as primeiras letras e as operações matemáticas com a avó materna, Ana Quitéria. Estudou no convento São Joaquim e, aos quatorze anos, matriculou-se na Academia Real Militar, de onde saiu promovido a tenente para servir no 1º Batalhão do Imperador, unidade de elite do Exército do Rei que acabara de proclamar a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Coube ao tenente Luiz Alves de Lima e Silva receber a Bandeira do Império das mãos de D. Pedro I.

O SOLDADO

No dia 3 de junho de 1823, o jovem tenente marchou para a província da Bahia, como ajudante do Batalhão do Imperador, para combater as tropas portuguesas, comandadas pelo general Madeira de Mello, que se opunham à Independência do Brasil. Em sua primeira experiência de combate, deu mostras de bravura ao lançar-se, impetuosamente, com a espada desembainhada, à testa de sua companhia, no assalto de uma casa-forte guarnecida por caçadores portugueses. Como justa recompensa de tão heróico feito, sua conduta lhe valeu a insígnia de Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, considerada, na época, a mais alta distinção militar.

Ao retornar para o Rio, Caxias foi promovido ao posto de capitão, com apenas vinte anos de idade. A promoção precoce foi motivo de comentários, mas logo se espalharia a fama de suas virtudes militares e dos exemplos de abnegação e bravura, dos quais dera mostras na campanha da Bahia.

Enviado para Montevidéu, em razão da revolta da província Cisplatina, em 1825, deu outros exemplos de bravura. Em uma de suas ações mais audaciosas, liderando um grupo de militares, atravessou a cavalo as linhas inimigas e apoderou-se de um navio corsário guarnecido por cerca de 50 homens que zombavam, acintosamente, das armas imperiais. Em outra surtida fulminante, saiu de Montevidéu durante a noite e, em uma ação rápida sobre uma linha de postos avançados inimigos, fez mais de 30 prisioneiros. Pela coragem demonstrada, o fato foi citado em Ordem do Dia. Cessada a guerra com aquela província, em virtude do tratado de paz firmado com o governo argentino, retornou ao Rio de Janeiro, tendo sido promovido a major e assumido o comando do Batalhão do Imperador.

Em 1837, já promovido a tenente-coronel, foi escolhido, por seu descortino administrativo e elevado espírito disciplinador, para pacificar a província do Maranhão,
onde havia iniciado o movimento da Balaiada.

Em 2 de dezembro de 1839, foi promovido a coronel e, por carta imperial, nomeado presidente da província do Maranhão e comandante-geral das Forças em operações. Em 18 de julho de 1841, em atenção aos serviços prestados na pacificação do Maranhão, foi agraciado com o título nobiliárquico de Barão de Caxias, promovido a brigadeiro e, em seguida, eleito unanimemente deputado pela província do Maranhão. Em março de 1842, foi investido no cargo de comandante das Armas da Corte.

Em maio de 1842, iniciou-se um levante na província de São Paulo, suscitado pelo Partido Liberal. O governo imperial, com receio de que esse movimento, alastrando-se, viesse a fundir-se com a revolta farroupilha, que já se desenvolvia no sul do País, resolveu chamar Caxias para pacificar a região. Assim, o brigadeiro Lima e Silva foi nomeado comandante-chefe das Forças em operações da província de São Paulo e, ainda, presidente dessa província.

Cumprida a missão de pacificação do levante na província de São Paulo em pouco mais de um mês, o governo, temeroso de que a revolta envolvesse a província das Minas Gerais, nomeou, no mesmo ano de 1842, Caxias como comandante do exército pacificador naquela região.

Mesmo com carta branca para agir contra os revoltosos, marcou sua presença pela simplicidade, humanidade e altruísmo com que conduzia suas ações. Assim ocorreu quando da captura de 10 chefes rebeldes aprisionados no combate de Santa Luzia,quando, sem arrogância, com urbanidade e nobreza, dirigiu-se a eles dizendo: "Meus senhores, isso são consequências do movimento, mas podem contar comigo para quanto estiver em meu alcance, exceto para soltá-los". No início do mês de setembro, a revolta já estava abafada e a província, pacificada.

Pelos relevantes serviços prestados nas províncias de São Paulo e Minas, foi promovido ao posto de marechal de campo graduado, quando não contava sequer quarenta anos de idade.

Ainda grassava no sul a Revolta dos Farrapos. Mais de 10 presidentes de província e generais sucederam-se desde o início da luta, sempre sem êxito. Mister da capacidade administrativa, técnico-militar e pacificadora de Caxias, o governo imperial nomeou-o, em 1842, comandante-chefe do Exército em operações e presidente da província do Rio Grande do Sul.

Se no honroso campo da luta, a firmeza de seus lances militares lhe granjeava o rosário de triunfos que viria despertar nos rebeldes a ideia de pacificação, paralelamente, seu descortino administrativo, seus atos de bravura, de magnanimidade e de respeito à vida humana, conquistaram a estima e o reconhecimento dos adversários. Por essas razões é que os chefes revolucionários passaram a entender-se com Caxias, em busca da ambicionada paz, que foi assinada em Ponche Verde, em 1º de março de 1845, dando fim à revolta farroupilha. É, pois, com justa razão que o proclamam não só Conselheiro da Paz, senão também O Pacificador do Brasil. Em todos os movimentos contestatórios Caxias fez uso da anistia, objetivando a paz e a reconciliação entre os brasileiros.

O ESTRATEGISTA E O ESTADISTA

Em 1845, Caxias foi efetivado no posto de marechal de campo e foi elevado a Conde. Em seguida, mesmo sem ter se apresentado como candidato, teve a satisfação de ter seu nome indicado para senador do Império pela província que pacificara há pouco, assumindo, em 1847, efetivamente a cadeira de senador pela província do Rio Grande do Sul.

A aproximação das chamas de uma nova guerra na fronteira sul do Império acabaram por exigir novamente a presença de Caxias no Rio Grande do Sul e, em junho de 1851, foi nomeado presidente da província e comandante-chefe do Exército do Sul, ainda não organizado. Essa era a sua principal missão: preparar o Exército Imperial para uma luta nas fronteiras dos pampas gaúchos.

Assim, em 5 de setembro de 1851, Caxias adentra o Uruguai, batendo as tropas de Manoel Oribe, diminuindo as tensões que existiam naquela parte da fronteira. Em 1852, foi promovido ao posto de tenente-general e recebe a elevação ao título de Marquês de Caxias.

Em 1853, uma carta imperial lhe conferiu a carta de conselho, dando-lhe o direito de tomar parte direta na elevada administração do Estado e, em 1855, foi investido no cargo de ministro da Guerra. Em 1857, por moléstia do Marquês de Paraná, assume a presidência do Conselho de Ministros do Império, cargo que voltaria a ocupar em 1861, cumulativamente com o de ministro da Guerra. Em 1862, foi graduado marechal, reassumindo a função de senador no ano de 1863.

Em 1865, iniciou-se a Campanha da Tríplice Aliança, reunindo Brasil, Argentina e Uruguai contra as Forças paraguaias de Solano Lopez.

Em 1866, Caxias foi nomeado comandante-chefe das Forças do Império em operações contra o Paraguai, mesma época em que foi efetivado marechal. O tino militar de Caxias atingiu seu ápice nas batalhas dessa Campanha. Sua determinação ao marechal Alexandre Gomes Argolo Ferrão para que fosse construída a famosa estrada do Grão-Chaco, permitindo que as Forças brasileiras executassem a célebre marcha de flanco através do chaco paraguaio, imortalizou seu nome na literatura militar. Da mesma forma, sua liderança atingiu a plenitude no seu esforço para concitar seus homens à luta na travessia da ponte sobre o arroio Itororó – "Sigam-me os que forem brasileiros".

Caxias só deu por finda sua gloriosa jornada ao ser tomada a cidade de Assunção, capital do Paraguai, em 1º de janeiro de 1869. No mesmo ano, Caxias teve seu título nobiliárquico elevado a Duque, mercê de seus relevantes serviços prestados na Campanha contra o Paraguai.

Em 1875, pela terceira vez, foi nomeado ministro da Guerra e presidente do Conselho de Ministros.

Caxias ainda participaria de fatos marcantes da história do Brasil, como a questão religiosa, o afastamento de D. Pedro II e a regência da princesa Isabel. Já com idade avançada, resolveu retirar-se para sua terra natal, a província do Rio de Janeiro, na Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do "Desengano", hoje Barão de Juparaná, localidade no distrito de Vassouras.

No dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, fechava os olhos para sempre aquele bravo militar e cidadão que vivera no seio do Exército para glória do próprio Exército.

O Decreto do governo Federal nº 51.429, de 13 de março de 1962, imortalizou o nome do invicto Duque de Caxias como o patrono do Exército Brasileiro e seu nome está imortalizado no Panteão da Pátria, em Brasília.

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