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HERÓI E PERSONALIDADE IMPORTANTE

Capitão-Mor Pedro Teixeira

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CAPITÃO-MOR PEDRO TEIXEIRA - O CONQUISTADOR DA AMAZÔNIA

 

ORIGENS

Pedro Teixeira nasceu em Catanhede, distrito de Coimbra, Portugal. Pouco se conhece sobre a sua família e os seus primeiros anos de vida. Era nobre Cavaleiro da Ordem de Cristo e Moço Fidalgo da Casa Real. Passaria para história brasileira como capitão-mor Pedro Teixeira, o Conquistador da Amazônia.

O SOLDADO

Aportou no Brasil em 1607, com trinta e sete anos de idade, destacando-se na luta contra a implantação da França Equinocial. Comandou a defesa do Forte da Natividade, em 19 de novembro de 1614, contra o ataque dos franceses no Maranhão. Após a expulsão destes, em fins de 1615, a Coroa Portuguesa determinou o envio de uma expedição à foz do rio Amazonas, com três embarcações, sob o comando de Francisco Caldeira Castelo Branco, visando à consolidação de sua posse sobre a região. Nela seguia o então alferes Pedro Teixeira.

Em 12 de janeiro de 1616, as embarcações ancoraram na baía de Guajará onde, em uma ponta de terra, foi fundado o Forte do Presépio, núcleo da atual cidade de Belém do Pará.

Retornou a São Luiz em 7 de março de 1616, comandando uma expedição terrestre, levando a notícia da fundação da nova cidade. Em 1627, frei Vicente do Salvador, na sua obra “História do Brazil”, destacou a sua atuação.

O tenente Pedro Teixeira comandou, neste mesmo ano, uma expedição punitiva, composta por 20 soldados e vários indígenas tupinambás contra uma belonave batava, sendo ferido em combate em 9 de agosto do mesmo ano. Foi promovido a capitão em 28 de agosto de 1618 e recebeu a missão de construir, em 1622, uma estrada ligando Ourém, no Pará, até Viana, no Maranhão.

Enviado ao rio Xingu, em 1625, conquistou e destruiu o Forte Mandiutuba, construído pelos holandeses. Neste mesmo ano, em 24 de outubro, expulsou os ingleses do Forte Torrego e, em 10 de julho de 1632, defendeu o Forte de Gurupá do ataque inglês, obrigando o comandante inimigo a retrair para a margem esquerda do rio Amazonas.

Em 28 de outubro de 1637, o capitão Pedro Teixeira partiu de Gurupá e alcançou a foz do rio Napo em 3 de julho do ano seguinte. A expedição tinha o objetivo de explorar um curso d’água dominado por mulheres guerreiras e hábeis no manejo com cavalos: o rio das Amazonas. Esta incursão, considerada por muitos como a maior façanha sertanista da região, contava com 47 grandes canoas, 70 soldados e 1.200 indígenas.

Alcançou Quito, em outubro de 1638. Em 10 de novembro, Pedro Teixeira foi recebido em audiência pelo governador daquela cidade; em 16 de fevereiro do ano seguinte, iniciou a sua viagem de regresso; em 15 de agosto, tomou posse da Amazônia a partir da margem esquerda do rio Aguarico (atual rio do Ouro) para o leste em nome do rei da Espanha e de Portugal, e da Coroa Portuguesa, embora essa ainda estivesse sob o domínio espanhol.

O ato de posse foi registrado pelo escrivão da expedição, conforme as instruções que constavam no seu Regimento, e que deveria servir (...) “de baliza aos domínios das duas coroas (de Espanha e Portugal)”. Aportou em Belém, em 12 de dezembro de 1639, cumprindo a sua missão após mais de dois anos de sua partida.

Esta expedição foi descrita no livro “Novo Descobrimento do Grande Rio das Amazonas”, editado em Madri, em 1641. O governo espanhol mandou imediatamente recolher e destruir a publicação. Preocupava-se com a divulgação da rota para as minas peruanas e com as pretensões territoriais portuguesas relacionadas à sua Colônia na América, sobretudo no momento da Restauração. Tal medida não impediu que, mais tarde, a expedição de Pedro Teixeira fosse usada pela Coroa Lusa para reivindicar a posse da Amazônia.

Esta incursão deu condições, pelo menos, no que se refere à identificação do território, para a ocupação do Vale do Amazonas, através da instalação de fortes e missões religiosas nas margens dos rios.

Em reconhecimento por sua extensa lista de serviços prestados na conquista da Amazônia, foi nomeado, pelo rei Felipe IV, capitão-mor da Capitania do Grão-Pará, assumindo as suas funções em fevereiro de 1640. O general Pedro Teixeira foi agraciado, posteriormente, pelo monarca ibérico com o título de Marquês de Aquella Branca.

No primeiro dia do mês de dezembro, a União Ibérica foi rompida e a Monarquia Portuguesa restaurada. Em 6 de junho do ano seguinte, Pedro Teixeira, o Conquistador da Amazônia, pereceu na cidade de Belém, onde foi sepultado aos setenta e um anos de idade.

A posse da terra em nome da Coroa Lusa em 1639 e o fim da união das casas ibéricas em 1640, permitiu que a Amazônia passasse a ser um domínio legítimo de Portugal, reconhecido pelos tratados de Madri, de 1750, e ratificado pelo tratado de Santo Ildefonso, de 1777. O advento da Independência do Brasil, em 1822, transferiu a posse da terra da Coroa Lusitana para o Império Brasileiro que se formava.

Pedro Teixeira foi homenageado em Catanhede, sua terra natal, com uma estátua em praça pública e no Brasil outorgou seu nome ao 2º Batalhão de Infantaria de Selva – Batalhão Pedro Teixeira - sediado na cidade de Belém.

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