Marechal Manoel Deodoro da Fonseca
MARECHAL MANOEL DEODORO DA FONSECA
ORIGENS
Nasceu na província de Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827. Filho do militar Manuel Mendes da Fonseca e de D. Rosa Maria Paulina da Fonseca, entronizada como patrono da Família Militar (Portaria do Comandante do Exército nº 650, de 10 de junho de 2016), tinha sete irmãos, dos quais seis entraram para o Exército Imperial. Desde muito jovem, mostrou interesse pela carreira das armas, tornando-se cadete de 1ª classe em 1845.
O SOLDADO
Destinado à carreira das armas como todos os seus irmãos, matriculou-se na Escola Militar da Corte em março de 1843. Assentou praça no 4º Batalhão de Artilharia a Pé em 1845 e concluiu o curso de artilharia em 1847. No ano seguinte, combateu a Revolução Praieira, em Pernambuco. Em 2 de fevereiro de 1849, teve o seu batismo de fogo, merecendo elogios e sendo promovido ao posto de segundo tenente. Galgou o posto subsequente em 1852. Contraiu núpcias, em 1860, com a Srª Mariana Cecília de Souza Meireles, mas não teve filhos. Em dezembro de 1864, como capitão do 1º Batalhão de Artilharia, participou do cerco à Montevidéu, durante a intervenção militar brasileira contra o governo de Atanásio Aguirre no Uruguai.
A invasão da província do Mato Grosso e da mesopotâmia argentina, sem declaração de guerra ou estado de beligerância, levaram a instituição do Tratado da Tríplice Aliança contra o governo de Solano Lopez, em 1º de maio de 1865.
Deodoro, como major em comissão, comandou o 24º Corpo de Voluntários da Pátria (24º CVP), anteriormente designado como 2º CVP e oriundo do município neutro da Corte, tomando parte no combate Estero Bellaco e na batalha de Tuiuti, nos dias 2 e 24 de maio de 1866, respectivamente. No ano seguinte, foi elogiado pelo arrojo e bravura durante o combate de Tahy, em 2 de novembro de 1867.
No dia 18 de janeiro de 1868, foi promovido ao posto de tenente-coronel, ainda por atos de bravura reconhecidos e proclamados pelo comandante em chefe. No dia 19 do mês de fevereiro, participou do assalto e do combate de Estabelecimento.
No entrincheiramento de Angustura, em 1º de outubro do mesmo ano, foi louvado em ordem do dia pelo Barão do Triunfo, pela sua eficiência no reconhecimento a viva força e no combate. Em Itororó, em 6 de dezembro, recebeu três ferimentos por arma de fogo. Em 11 do mesmo mês, também por atos de bravura, recebeu a patente de coronel que lhe foi confirmada a 20 de fevereiro de 1869. Naquela oportunidade, foi-lhe concedida a medalha de Mérito Militar pelos reiterados atos de bravura. Ao mesmo tempo, era condecorado com as Ordens do Cruzeiro, Rosa e Aviz.
À frente da 8ª Brigada de Infantaria, participou do assalto e combates de Peribebuí e Campo Grande, em 12 e 16 de agosto, respectivamente. Em 9 de fevereiro de 1870, recebeu ordem de permanecer no distrito de Curupaiti comandando uma força de 1.000 soldados das três armas.
Retirou-se do Teatro de Operações em agosto desse mesmo ano, em direção ao Rio de Janeiro, comandando o 1º Batalhão de Artilharia a Pé.
Em 14 de outubro de 1874, foi promovido a brigadeiro e dez anos depois a marechal de campo.
Ingressou oficialmente na política em 1885, quando exerceu o cargo de presidente da província do Rio Grande do Sul. Assumiu a presidência do Clube Militar de 1887 a 1889. Nessa época, abolicionistas e republicanos buscavam a adesão do Exército às suas causas.
A ideia de abolir a escravidão generalizava-se no Exército, cujas fileiras eram formadas por negros e mulatos. A favor do Império continuavam, apenas, os antigos chefes militares que nutriam estima e admiração pelo imperador.
Após o dia 13 de maio de 1888, quase ninguém mais acreditava em um terceiro reinado. Em 1889, a crise chegou ao ápice, quando Benjamin Constant, professor da Escola Militar, foi convidado a liderar um movimento que deporia o imperador. Republicanos civis juntaram suas forças às dos militares e todos decidiram que 20 de novembro seria o dia do levante.
No dia 14 de novembro, com o objetivo de agitar os meios militares, o major Sólon espalhou o boato de que o Visconde de Ouro Preto decretara a prisão de Deodoro e de Benjamin Constant. Em face desses boatos, os revoltosos ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e o ministério da Guerra. Depuseram o ministro e prenderam o Visconde
de Ouro Preto. Na tarde de 15 de novembro de 1889, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi assinado um manifesto que decretou o fim da monarquia.
Deodoro da Fonseca assumiu imediatamente o governo provisório, permanecendo no cargo até que fosse elaborada uma nova Constituição. No dia seguinte à proclamação, o primeiro Ministério da República foi formado e as primeiras medidas estabelecidas. No dia 21 de dezembro, foi convocada a Assembleia Constituinte, que deveria elaborar magna carta republicana. No dia 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a constituição do então Estados Unidos do Brasil.
No dia seguinte, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram eleitos pelo Congresso Nacional para os cargos de presidente e vice-presidente da República, respectivamente. O governo republicano encontrou inúmeras dificuldades. O presidente enfrentou a oposição do Congresso Nacional, que propôs a Lei das Responsabilidades, com o objetivo de restringir os poderes do Executivo Federal. Em consequência, Deodoro dissolveu o Parlamento e decretou estado de sítio, em 3 de novembro de 1891. O Exército e a Marinha protestaram. O almirante Custódio de Melo comandava os navios de guerra e ameaçava bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. Diante da iminência de uma guerra civil, o presidente renunciou e entregou o poder a Floriano Peixoto.
Manoel Deodoro da Fonseca faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no Distrito Federal, no dia 23 de outubro de 1892.
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