Marechal João Batista Mascarenhas de Morais
MARECHAL JOÃO BATISTA MASCARENHAS DE MORAIS
ORIGENS
João Batista Mascarenhas de Morais nasceu em São Gabriel (RS) no dia 13 de novembro de 1883, filho de Lafaiete Apolinário de Morais e de Manuela Mascarenhas de Morais. Seu avô, Enéias Apolinário de Morais, participou da Revolução Farroupilha, que conflagrou o Rio Grande do Sul de 1835 a 1845.
Entre 1899 e 1902, Mascarenhas de Morais cursou a Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo (RS), transferindo-se, em seguida, para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde ingressou na Escola Militar do Brasil, situada na Praia Vermelha. Com a revolta dos cadetes, que provocou o fechamento dessa escola em novembro de 1904, foi incorporado como soldado ao 23º Batalhão de Infantaria.
Em fevereiro do ano seguinte, foi transferido para o 6º Batalhão de Artilharia de Posição, situado na fortaleza de São João e, em junho, integrou o grupo de cadetes considerados não revoltosos que prestou exames finais correspondentes ao ano letivo de 1904.
Aprovado, Mascarenhas de Morais passou à condição de alferes-aluno, com o curso das três armas. Em 1907, foi promovido a segundo tenente e colocado à disposição do ministério das Relações Exteriores para servir no contingente militar agregado à comissão de limites do Brasil com a Bolívia. Ainda nessas funções, cursou a Escola de Artilharia e Engenharia em 1908 e, dois anos depois, diplomou-se em matemática e ciências físicas, sendo então promovido a primeiro tenente.
O SOLDADO
Durante a Revolução de 1930, Mascarenhas manteve sua lealdade ao presidente Washington Luís e foi preso pelos rebeldes liderados por Getúlio Vargas, que no futuro se tornaria presidente, após a expulsão de Washington Luiz.
Após a liberação, Mascarenhas continuou sua carreira no Exército. Foi colocado sob prisão pela segunda vez, quando proclamou o seu apoio a uma revolta militar e civil contra Vargas, em São Paulo (1932). Mais uma vez, após a derrota do levante, Mascarenhas foi liberado e não processado.
Em 1935, enquanto comandava a Escola Militar do Realengo, Mascarenhas de Moraes tomou parte na luta contra um levante comunista no Rio de Janeiro. Desta vez sua lealdade
era com o governo constitucional de Getúlio Vargas. Em 1937, tornou-se general de brigada e foi transferido para comandar a 9ª Região Militar (9ª RM), em Campo Grande, hoje no Mato Grosso do Sul. No ano seguinte, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Infantaria, no Rio de Janeiro.
Da capital fluminense acompanhava o desenrolar das operações de guerra na Europa e no Atlântico Sul, com o afundamento do Couraçado Admiral Graf Spee. Nesse momento, a questão do saliente nordestino começa a circular nos meios militares. E é aí que o general Mascarenhas de Moraes resolve pleitear, junto ao ministro da Guerra, um comando fora do Rio de Janeiro, de preferência no Nordeste, e foi atendido.
No ano de 1941, foi designado comandante da 7ª Região Militar (7ª RM), em Recife. A partir desse momento, começa a se engajar definitivamente nos misteres relativos à eventual preparação militar do Brasil para a Segunda Guerra Mundial. Comandando a 7ª RM, passava a comandar a área estratégica mais importante do território brasileiro nessa hora de conflito. Em 1943, ele foi nomeado comandante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
O general chegou à Itália com as primeiras tropas brasileiras em junho de 1944 e comandou as forças brasileiras a partir do mês de novembro até a rendição das forças do Eixo na Itália, em 2 de maio de 1945. Após o fim da guerra, ele retornou ao Brasil e, em 1946, foi promovido a marechal, por ato do Congresso Nacional, e recebeu o comando da 1ª Região Militar na então capital brasileira, Rio de Janeiro.
Em 1953, foi nomeado chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), oportunidade em que acompanhou a crise política que levaria ao suicídio de Getúlio Vargas no ano seguinte. Depois do suicídio do presidente, em agosto de 1954, ele retornou para a reserva e publicou as suas memórias como comandante da FEB. Em 1955, apoiou o Movimento de 11 de Novembro, liderado pelo general Teixeira Lott, que garantiu a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República.
Em julho de 1957, Mascarenhas assume a presidência da comissão de repatriamento dos restos mortais dos pracinhas enterrados em Pistóia, que possibilitou a construção, em 1960, do Monumento Nacional aos Mortos da II GM no Rio de Janeiro, onde repousam condignamente os nossos heróis mortos na Itália. Veio a falecer no Rio de Janeiro em 17 de
setembro de 1968.
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