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Patriarca

Mestre de Campo Henrique Dias

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MESTRE DE CAMPO HENRIQUE DIAS

 

ORIGENS

Herói brasileiro na guerra de libertação contra os holandeses, nascido na capitania de Pernambuco, em local e data desconhecidos, foi considerado um dos símbolos da nacionalidade brasileira. Filho de escravos africanos libertos, não existe consenso entre os historiadores se nasceu cativo ou livre.

O SOLDADO

O seu batismo de fogo ocorreu em 15 de julho de 1633, quando foi ferido por projétil de mosquete à frente de vinte dos seus, para barrar o deslocamento dos holandeses do Forte de Afogados para o engenho São Sebastião (Curado).

Em setembro, foi ferido novamente por dois mosquetaços dos elementos da tropa de Von SCHOPPE. O quarto ferimento foi recebido em 30 de março de 1634, ao repelir um ataque inimigo ao Forte Real Arraial do Bom Jesus.

Henrique Dias não participou da retirada do governador-geral para Alagoas, nem da defesa do Pontal de Nazaré e nem da Batalha da Mata Redonda, onde as tropas de Arciszewski retiraram a vida do substituto de Matias de Albuquerque - D. Luiz de Rojas Y Borja. Com base em Porto Calvo, o Conde Bagnuolo substituto do falecido (Rojas Y Borja), utilizando-se da experiência de Henrique Dias, passou a hostilizar o inimigo, a queimar canaviais e a comboiar retirantes.

Na Batalha de Porto Calvo, em 18 de fevereiro de 1637, Henrique Dias perdeu a mão esquerda, estraçalhada por um tiro de arcabuz, seguindo para Sergipe e depois para a Bahia.

Recebeu o título de Governador dos Crioulos, Negros e Mulatos, em 4 de setembro de 1639, por D. Fernando Mascarenhas (Conde da Torre).

Após a derrota de Nassau, em Salvador, as tropas patriotas seguiram por mar, para Pernambuco. Em 17 de janeiro de 1640, atacados pela marinha inimiga, desembarcaram: Luiz Barbalho Bezerra, na baía da Traição, e Henrique Dias, no porto da Pipa; desceramdo Rio Grande do Norte até a Bahia, hostilizando o inimigo, queimando canaviais, comboiando retirantes e recrutando simpatizantes.

De 1640 até 1645, Henrique Dias ficou na Bahia até ser convocado para fazer parte das operações da restauração. Em 1641, Nassau atacou Luanda e uma companhia de negros do nosso herói seguiu para Angola, em 1644. Com ordens veladas de Antônio Teles da Silva: Henrique Dias, Antônio Dias Cardoso e Felipe Camarão partiram da Bahia, com suas tropas, em direção a Pernambuco, com a finalidade de auxiliar Fernandes Vieira.

No cerco ao Recife ficou, por sua escolha, com a missão de vigiar quem entrava e saía da cidade Maurícia, ocupando o sítio de João Velho Barreto –“estância mais próxima do inimigo”, local de onde atormentou constantemente os invasores.

Em novembro de 1647, foi ao Rio Grande do Norte expulsar os invasores, passou com os índios de Camarão por Cunhau, voltando vitorioso de sua missão. Três meses depois de regressar a Pernambuco, tomou parte na Primeira Batalha dos Montes Guararapes e, no dia seguinte, recebeu a ordem de Barreto de Menezes para recuperar Olinda. Então, em 21 de abril, já não existiam mais inimigos naquele local. Os ataques contra o seu reduto eram quase diários, pois a necessidade de sobrevivência inimiga era primordial. Na Segunda Batalha dos Montes Guararapes, recebeu o seu oitavo ferimento e sua vida correu grande perigo.

Em 1650, escreveu ao Rei para queixar-se do tratamento (falta de respeito) que lhe dava o mestre de campo Barreto de Menezes. Com a rendição, em 27 de abril de 1654, D. João IV determinou que fosse feito justiça, concedendo-lhe a comenda dos Moinhos de Soure da Ordem de Cristo, a patente de mestre de campo e pago recursos, para serem repartidos com os seus soldados. E que seu terço se conservasse enquanto vivesse. Acabou perpetuando-se como “Terço dos Henriques”. Durante quase dois séculos, os magníficos exemplos de bravura, lealdade e amor à terra natal, oferecidos por Henrique Dias, retrataram-se nos luzidos estandartes dos Regimentos de Pretos mantidos na organização militar brasileira, para perpetuar a vida de um dos mais genuínos heróis da guerra da restauração de Pernambuco.

Nos momentos decisivos da insurreição Pernambucana, sua impetuosidade e valentia, potencializada por seus pretos, levaram as fileiras inimigas ao desespero, sendo fator importantíssimo nas refregas. Faleceu em 7 ou 8 de junho de 1662, no Recife, sendo enterrado por conta da Fazenda Real no Convento de Santo Antônio, em local desconhecido. Hoje existe em sua homenagem uma placa na Capela Dourada. É denominação histórica do 28º BIB, Campinas – SP, “Batalhão Henrique Dias”.

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