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Patrono

Patrono do Quadro de Engenheiros Militares

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CORONEL RICARDO FRANCO DE ALMEIDA SERRA

 

ORIGENS

Ricardo Franco de Almeida Serra, português, nascido no ano de 1748, filho de José Leitão de Almeida, formado aos dezoito anos, na Academia Militar de Portugal em engenharia e infantaria, aportou no Brasil em 1780. Esse engenheiro-soldado, cartógrafo, geógrafo e astrônomo tornou-se um dos expoentes do desbravamento e da defesa do imenso território brasileiro nas regiões Norte e Centro-Oeste, tendo feito desde o mapeamento dessas regiões a obras de engenharia.

O SOLDADO

Já completava quinze anos nas selvas brasileiras, sem férias ou retorno a Portugal, quando chegou a Coimbra, na província do Mato Grosso. Desenhou um novo forte que, de maneira inteligente, aproveitava o morro e as pedras do lugar, e fugia das formas tradicionais portuguesas. No meio do Pantanal, Ricardo Franco era comandante, mestre de obras, engenheiro, catequista dos índios, conselheiro e juiz.

Estava a obra em processo de construção, faltando ainda a parede norte e as instalações internas, quando chegou a notícia que o governador espanhol, D. Lázaro Ribeira, estava subindo o rio, disposto a modificar os tratados pela força. Conta-se que a notícia foi trazida pelo índio Nixinica, que teria remado 500 quilômetros para avisar os portugueses. O governador espanhol esperava ocupar o forte com rapidez, subir o rio, invadir espaços e forçar novas negociações, que certamente passariam largas faixas de terra para a Espanha. Seria fácil e rápido, pois levava 4 navios, 12 canhões e 900 combatentes.

O que D. Lázaro não contava era com a coragem dos defensores do Forte de Coimbra. À frente de 49 militares e 60 civis, Ricardo Franco respondeu com orgulho à proposta de rendição, escrevendo que os portugueses escolhiam “... repelir o inimigo ou sepultar-se debaixo das ruínas do forte que lhes confiaram...”.

Nove dias de tiroteio e combate desigual. Os espanhóis não conseguiram nem ocupar o Forte, nem seguir rio acima. O período de conflito consumiu muita munição e deixou a alimentação escassa, o que contribuiu para a decisão do inimigo espanhol em recuar. O engenheiro que idealizou e construiu o Forte também lhe deu a primeira vitória.

Sua coragem foi premiada com a promoção a coronel. Como coronel, por duas vezes, governou a província de Mato Grosso. Mas sempre voltava a Forte Coimbra, local onde veio a falecer, em 21 de fevereiro de 1809, e onde encontra-se sepultado até hoje. O Decreto nº 94.445, de 12 de junho de 1987, em justa homenagem, o institui patrono do Quadro de Engenheiros Militares.

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