Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
Patrono

Patrono da Arma de Artilharia

Acessos: 254

MARECHAL EMÍLIO LUÍS MALLET

 

ORIGENS

Emílio Luís Mallet nasceu em 10 de junho de 1801, em Dunquerque, França. Descendente da antiga família anglo-normanda, é filho de Jean Antoine de Mallet e Julie Marie Joseph Denys de Montfort, sua esposa, foi o mais moço dos cinco de sua prole. Em 1818, com apenas dezessete anos de idade, desembarcava em terras brasileiras o moço gaulês que iria merecer do imperador D. Pedro I, sob os ardores da Independência recém-proclamada, o convite para alistar-se nas fileiras do Exército nacional, em vias de organização, o que fez em 13 de novembro de 1822. O monarca o conhecia pessoalmente e não lhe ignorava a vocação para a carreira das armas. Assentou praça como 1º cadete, “ficando dispensado das provanças e habilitações do estilo”, conforme reza sua brilhante fé de ofício, na Brigada de Artilharia a Cavalo da Corte, em atenção a sua nobre ascendência.

O SOLDADO

Em 1823, matriculou-se na Academia Militar do Império. Como já possuía os cursos de Humanidades e Matemática, adquiridos na Escola Militar de Saint-Cyr (França), foi-lhe dado acesso ao curso de Artilharia, que concluiu em dois anos. Nesse mesmo ano, jurou a Constituição do Império, adquirindo a nacionalidade brasileira (Mallet nunca naturalizou-se, foi, entretanto, reconhecido como possuidor de nossa nacionalidade pelo Conselho Supremo Militar).

Em 12 de outubro de 1823, foi nomeado 2º tenente de artilharia, sendo mandado servir na Companhia de Mineiros do Corpo de Artilharia Montada da Corte, como agregado, podendo, assim, prosseguir na Academia.

Em 17 de fevereiro de 1825 foi promovido ao posto de 1º tenente, por estudos, continuando a cursar a Academia, a fim de concluir o currículo almejado.

Foi na Guerra Cisplatina (1825-1828), que o jovem Mallet recebeu seu batismo de fogo, comandando uma fração de artilharia. Revelou sangue frio, inteligência privilegiada e extremada bravura, valores militares que seriam seu apanágio e o fariam respeitado porsua tropa, aliados e inimigos.

Em 1831, foi demitido do serviço ativo “por não ser brasileiro nato”, passando a dedicar-se às atividades rurais. Entretanto, com a eclosão da Revolução Farroupilha, foi convocado em 1837 para lutar sob as ordens de Caxias, recebendo o posto de major da Guarda Nacional. Terminado o conflito, foi desmobilizado e retornou às atividades civis. Em 1851, novamente foi chamado por Caxias, reintegrado ao Exército Imperial no posto de capitão para lutar nas Guerras contra Oribe e Rosas. Entre 1864 e 1865, participou da
campanha contra Aguirre no Uruguai.

Mallet fez toda a Guerra da Tríplice Aliança acompanhado por seus três filhos. No comando do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo teve atuação decisiva na Batalha de Tuiuti, travada em 24 de maio de 1866. A eficiência e eficácia de suas guarnições valeram a essas o apelido de “a Artilharia Revólver”. Soma-se a isto a astuciosa decisão de proteger as peças com um largo e profundo fosso, sendo Mallet um dos responsáveis por impedir o avanço das tropas paraguaias sobre o centro do dispositivo aliado, garantindo a vitória, ao final.

Seguiu na carreira militar e alcançou todos os postos, chegando a general de exército. O general OLynto Pillar, autor da obra clássica Os patronos das Forças Armadas (1981), grande apreciador das qualidades do nobre marechal, assim o descreveu:

Foi um paradigma de militar honrado e vigoroso, soberbo tipo de chefe idôneo, espírito reto e ordeiro, caráter impoluto e magnânimo. O justo laurel que lhe coube de patrono da Arma de Artilharia é prêmio que a outrem não poderia tocar, pois ninguém o igualou na defesa do Brasil nos sangrentos combates em que aquela arma foi lançada, na qual se especializou, chegando a ser o magnífico baluarte do Império, que o Exército fez incluir, em boa hora, na galeria imortal de seus heróis.

Em 2 de Janeiro de 1886, aos 84 anos, o marechal Mallet expirava na espaçosa casa de seu filho mais moço, o tenente-coronel João Nepomuceno de Medeiros Mallet, na rua
Voluntários da Pátria, no Rio de Janeiro, para onde viera em março do ano anterior (1885) em busca de melhores recursos médicos.

Encontra-se sepultado em um monumento construído no quartel do “Regimento Mallet”, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Em 13 de março de 1962, por meio do Decreto nº 51.429, o soldado Emílio Luís Mallet foi entronizado e eternizado como patrono da Artilharia do Exército Brasileiro.

Fim do conteúdo da página